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07/08/2014

Minério garante boas margens para siderúrgicas.

O patamar de preço mais baixo do minério de ferro pesou nos resultados das siderúrgicas brasileiras no
segundo trimestre. De abril a junho deste ano, a cotação média da matéria-prima do aço foi 18% menor do que nos mesmos meses de 2013, o que derrubou as receitas das empresas com a mineração.

Quando o preço do minério está alto, é difícil não justificar o investimento na produção interna da matéria-prima. Mas quando o preço cai, ganham mais força os questionamentos sobre as vantagens da verticalização. No segundo trimestre deste ano, nota-se que, mesmo com um nível de preços muito inferior, a mineração continua ajudando a elevar as margens consolidadas das siderúrgicas.

Usiminas e Gerdau, que divulgaram seus resultados nas últimas semanas, têm capacidades de produção de 12 milhões e de 11,5 milhões de toneladas anuais, respectivamente. Mais do que para o consumo próprio, produzem para terceiros e têm planos de continuar a aumentar suas operações de mineração. 

De abril a junho, a Usiminas vendeu 1,5 milhão de toneladas de minério, 17% menos do que no mesmo período do ano passado, justamente porque a queda do preço desfavoreceu as exportações. Em seu balanço, a empresa disse que a receita líquida do negócio de mineração caiu 41%, para R$ 203 milhões, por causa da redução de 66% do valor das exportações com o recuo do preço da commodity no mercado internacional - de 15% no seu caso - e por causa da variação cambial de 6%. 

Ainda assim, a companhia teve margem Ebitda de 33% com o negócio de mineração no trimestre. Muito abaixo da margem do mesmo período de 2013, de 51%, mas bem acima da margem do negócio de siderurgia, de 16%. Com isso, teve uma margem consolidada de 21%. 

No terceiro trimestre deste ano, a história deverá se repetir. Até sexta-feira, o preço médio do minério de ferro no mercado à vista da China estava em US$ 96 por tonelada, considerando o comportamento dos valores desde o início de julho. Caso fique neste patamar até o fim de setembro, o preço do minério será 28% inferior ao do mesmo período do ano passado, quando ficou em US$ 133 por tonelada, em média. 

Ainda falta pouco menos de dois meses para o trimestre acabar, mas as estimativas dos analistas do setor não são de uma grande mudança na cotação. 

Desde o início do ano, o preço minério de ferro caiu 29%, como consequência do aumento de produção global, principalmente no Brasil e na Austrália. Analistas calculam um adicional de cerca de 180 milhões de toneladas neste ano e 130 milhões de toneladas em 2015. Para as exportações globais deste ano, esperam um aumento de cerca de 15% em relação a 2013. 

Por outro lado, uma queda mais expressiva do preço é limitada pelo alto custo de produção de diversas companhias, principalmente chinesas, que são obrigadas a encerrar suas operações quando o minério fica abaixo de US$ 90 por tonelada. Esse não é o caso das brasileiras, que costumam ter baixos custos e minérios de boas qualidades. 

No caso da Gerdau, a receita de vendas de minério de ferro cresceu em relação ao segundo trimestre do ano passado, mas somente porque a empresa deu início, em setembro, às operações de uma nova unidade em Minas Gerais. A companhia teve uma receita líquida de R$ 216 milhões com mineração, 74% acima do valor obtido um ano antes. Mas a produção cresceu mais do que isso, 89%, o que mostra o efeito do preço mais baixo nas contas das vendas. 

Na comparação com o primeiro trimestre do ano, as receitas da Gerdau com vendas de minério caíram 32% no intervalo de abril a junho deste ano. A companhia teve no período uma margem Ebitda de 24,5% com o negócio de mineração, muito superior às de siderurgia no Brasil e no restante das Américas. A margem Ebitda consolidada fechou em 11,2%. 

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) divulgou segunda-feira o seu balanço do segundo trimestre. A empresa informou que o volume vendido de produtos acabados de minério de ferro atingiu 7,2 milhões de toneladas, crescimento de 20% em um ano. O Ebitda ajustado da mineração fechou o período em R$ 442 milhões, 11% acima do resultado do mesmo trimestre de 2013, com margem Ebitda ajustada foi de 39%, ante 28% da divisão de siderurgia e 30% do resultado consolidado. (VE)


Extraído => Eco Finanças - 07/08/114

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