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20/08/2014

Construção civil espera crescer de zero a 1% em 2014.

A indústria da construção civil reduziu a previsão de crescimento do setor em 2014 de 2,5% para “algo entre zero e 1%”. A estimativa é da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), que afirma não ser possível fazer projeções para 2015, devido a incertezas em relação aos negócios relacionados a programas do governo federal.
 
Em relação a crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), a previsão é um desempenho próximo ao do setor neste ano.
 
Também nesta terça (19), o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga Andrade, afirmou que o segundo trimestre deste ano foi um fracasso para a indústria e que 2014 está perdido para o setor. Ele estimou que o setor deverá ter um crescimento de não mais que 0,8% neste ano e de 1,5% a 2% em 2015.
 
Na segunda-feira (18), o mercado reduziu pela 12ª semana ininterrupta a previsão para o crescimento da economia brasileira neste ano. A nova estimativa dos analistas é de 0,79%, segundo o Boletim Focus do Banco Central divulgado ontem.
 
Uma das questões pendentes no setor de construção para o próximo ano é o programa habitacional do governo federal. O presidente da entidade, José Carlos Martins, já pediu a prorrogação do Minha Casa Minha Vida fase 2, cujo prazo de contratação acaba em dezembro, para junho de 2015.
 
Também negocia um aumento no número de imóveis a serem construídos nessa etapa, hoje em 2,75 milhões. Segundo Martins, o objetivo é evitar descontinuidade nas obras, como aconteceu na transição entre as fases 1 e 2 do programa, em 2011. A intenção de promover uma fase 3 já foi anunciada pela presidente Dilma Rousseff, mas ainda não tem data para sair do papel.
 
Concessões de infraestrutura

Há dúvidas também em relação ao futuro das concessões na área de infraestrutura. “Não fizemos um cenário para 2015 por causa dessas incertezas”, afirmou Martins.
 
O atraso neste programa é um dos motivos que levaram o setor a rever para baixo o crescimento de 2014. Também pesaram a redução de obras nos setores mais afetados pela desaceleração econômica, como a indústria.
 
Em relação ao nível de emprego, que mostrou retração nos dados mais recentes, a previsão é terminar 2014 com o mesmo número de trabalhadores.
 
A entidade apresentou nesta terça o documento “Brasil mais eficiente, um país mais justo”, com propostas que serão entregues aos presidenciáveis, para melhorar a eficiência do setor e aumentar investimentos em obras de infraestrutura.
 
Também foi divulgado estudo sobre o custo da burocracia no imóvel, estimado em até 12% do valor final dos bens financiados com recursos subsidiados do FGTS e da poupança.
 
Os principais problemas, segundo a CBIC, são atrasos na aprovação de projetos por prefeituras, falta de padronização dos cartórios, falta de clareza na avaliação de licenças ambientais e mudanças na legislação que atingem obras já iniciadas (como alterações de planos diretores e de zoneamento).
 
De acordo com o estudo, a melhora nesses processos reduziria o prazo médio de entrega de imóveis de 60 para 32 meses.


Extraído => Folhapress - 20/08/14

Um comentário:

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