O grupo gaúcho Gerdau entra no mercado de aços planos neste mês. Com o início da produção do laminador de bobinas a quente na Usina Ouro Branco, em Ouro Branco (região Central), a companhia prevê vender de 150 mil toneladas a 160 mil toneladas de bobinas até o final deste ano. O produto é usado principalmente na indústria da construção civil (construção metálica), petrolífera, naval e de máquinas e implementos, entre outros setores.
As informações foram reveladas pelo diretor-presidente da companhia, André Gerdau Johanpeter, ontem, durante conferência para divulgação dos resultados do segundo trimestre deste ano. O equipamento entra em operação com cerca de um mês de atraso em relação à última previsão, o que também prejudicou a estimativa inicial de comercialização de bobinas neste exercício em cerca de 50 mil toneladas. O laminador de bobinas a quente tem capacidade instalada de 770 mil toneladas anuais.
Os investimentos da Gerdau chegaram a R$ 635 milhões no segundo trimestre deste ano e fecharam o semestre em R$ 1,2 bilhão. Os aportes foram direcionados especialmente ao aumento da capacidade de produção de minério de ferro e à instalação do laminador de bobinas a quente na Usina Ouro Branco.
Minério - 'Já devemos atingir a produção de 11,5 milhões de toneladas anuais do insumo siderúrgico até o final deste ano. Com este volume somos autossuficientes e exportamos uma fatia', disse Johanpeter. Ele revelou que no primeiro semestre a Gerdau já embarcou cerca de 150 mil toneladas de minério e até o final do ano mais 550 mil toneladas do insumo devem ser exportadas, fechando o exercício com 700 mil toneladas em exportações.
O minério de ferro é extraído pela Gerdau em suas jazidas em Minas Gerais, com reservas estimadas em 2,9 bilhões de toneladas. Os ativos estão distribuídos em quatro minas, todas na região de Serra Azul: Miguel Burnier, Várzea do Lopes, Gongo Soco e Dom Bosco.
Para o período entre 2013 e 2017, estão programados R$ 8,5 bilhões em aportes nas plantas industriais da companhia e na área de mineração. O montante é 17,5% menor do que o do plano anterior (R$ 10,3 bilhões), entre 2012 e 2016. 'A Gerdau segue mais seletiva na avaliação de seus projetos de investimentos futuros', lembrou o executivo.
Resultado financeiro - A Gerdau encerrou o segundo trimestre com um lucro líqüido de R$ 401 milhões, queda de 27% em relação ao mesmo período de 2012 (R$ 549 milhões). Na comparação com o resultado dos três meses anteriores (R$ 160 milhões), por outro lado, houve um expressivo crescimento de 150,6%.
Em relação à alta na comparação do segundo com o primeiro trimestre deste ano, Johanpeter afirmou que 'a melhora reflete a gradual recuperação dos mercados em diferentes níveis e o esforço de gestão das nossas operações, o qual resultou na redução do capital de giro em R$ 1,1 bilhão, ampliando o caixa da companhia'. 'Além disso, as vendas físicas no mercado interno brasileiro apresentaram o seu melhor desempenho desde 2008', acrescentou.
A receita líquida da companhia no segundo trimestre ficou em linha com a do mesmo intervalo do ano passado, somando R$ 9,882 bilhões. Em relação dos primeiros três meses deste ano (R$ 9,166 bilhões), houve um crescimento de 7,8%, o que para Johannpeter confirma a tendência de recuperação ao longo deste ano.
No Brasil, as vendas consolidadas da companhia somaram 1,768 milhão de toneladas no segundo trimestre, 7,7% menos que em igual período de 2012. O mercado interno consumiu 85,2% do volume comercializado no intervalo e o restante foi destinado a remessas ao exterior.
A produção de aço bruto da Gerdau no país ficou na casa das 1,771 milhão de toneladas de abril a junho, 3% menos que no mesmo período de 2012 e praticamente 38,1% do total produzido pela companhia em todas as suas operações no trimestre (4,646 milhões de toneladas).
Extraído: Diário do Comércio
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