Mina de minério de ferro da Vale na região de Carajás, no Pará A produção de minério de ferro da Vale, maior produtora global da commodity, registrou o melhor segundo trimestre de sua história neste ano, supreendendo analistas e dando sustentação para as ações nesta quinta-feira.
De abril a junho, a produção da matéria-prima do aço da mineradora brasileira cresceu 12,6% frente o mesmo período de 2013, para 79,448 milhões de toneladas, com a companhia contando com condições climáticas favoráveis para suas operações e a extração em novas unidades.
'A produção de minério de ferro foi particularmente forte e ultrapassou nossas expectativas', afirmou relatório do Bernstein Research, assinado pelos analistas Paul Gait e Christian Cole, que se decepcionaram com o segmento de não ferrosos, por outro lado.
O número da produção de minério de ferro também ficou acima da estimativa do Citi Research, que havia previsto crescimento de 6%. O resultado, segundo o analista Pedro Galdi, da SLW Corretora, deve ajudar a anular parte dos efeitos da queda do preço do minério de ferro no período - a companhia divulga seu balanço no dia 31 de julho.
Em junho, o minério caiu para uma mínima em mais de 20 meses na China (principal comprador do produto da Vale), segundo o Steel Index. A Vale atribuiu o bom desempenho às melhores condições climáticas e aos ramp-ups da Planta 2, em Carajás (Norte), e da nova planta de Conceição Itabiritos, no Sistema Sudeste.
O resultado, segundo a companhia, aumenta a confiança da companhia em atingir a meta de produção de 312 milhões de toneladas de minério no ano e o objetivo de 321 milhões de toneladas em vendas em 2014. As ações da Vale operavam em alta nesta quinta-feira. As preferenciais subiam 1,5%, às 13h42 e as ordinárias mais de 2% no mesmo horário, enquanto o Ibovespa tinha alta de 0,5%.
No Sistema Norte, onde está Carajás, a maior mina da Vale, a produção alcançou 29,3 milhões de toneladas no período, novo recorde para um segundo trimestre, ficando 33,7% acima do segundo trimestre de 2013. Já o Sistema Sudeste, que compreende os complexos de minas de Itabira, Mariana e Minas Centrais, produziu 26,5 milhões de toneladas no segundo trimestre, 2,5% acima dos primeiros três meses do ano, mas uma pequena queda de 0,9% ante o mesmo período de 2013. O Sistema Sul, que compreende os complexos de minas de Paraopeba, Vargem Grande e Minas Itabirito, produziu 22,3 milhões de toneladas no segundo trimestre, a melhor performance trimestral desde o terceiro trimestre de 2008.
Níquel
Em contrapartida, a produção de níquel caiu 5,2% no segundo trimestre na comparação com um ano antes, atingindo 61,7 mil toneladas. O níquel, em receitas operacionais da companhia, só perde para o minério de ferro e as pelotas. O Bernstein Research destacou que os não ferrosos foram 'amplamente decepcionantes' e a produção de metais básicos ficaram bem abaixo das previsões iniciais da instituição. 'O que confirma nossa visão de que a Vale ainda está lutando para diversificar e reduzir sua exposição ao minério de ferro', afirmou o Bernstein Research.
No trimestre passado, a Vale disse que esteve a 200 toneladas de ser a maior produtora global de níquel. No entanto, a produção do segundo trimestre ficou 8,5% menor ante o período anterior. O analista Pedro Galdi, da SLW Corretora, ressaltou que, embora o níquel tenha tido resultados menos importantes, foram vendidos a preços em alta durante o trimestre. A redução em níquel foi motivada por um acidente e uma parada programada para manutenção no complexo de Sudbury e na refinaria Clydach, ambos no Canadá, informou a companhia em seu relatório trimestral de produção.
Cobre e carvão
A produção de cobre da Vale no segundo trimestre atingiu 81 mil toneladas, queda de 11,3% ante o mesmo período de 2013, devido à parada planejada em Sudbury, no Canadá. A produção de carvão térmico e metalúrgico caiu 7% no segundo trimestre na comparação anual, atingindo 2,209 milhões de toneladas. Houve, no entanto, alta de 24% ante o primeiro trimestre deste ano. A Vale citou uma melhora do desempenho operacional em operacional de Carborough Downs, na Austrália, e em Moatize, Moçambique, como motivos para a melhoria de produção desde o início do ano. (Reuters)
Extraído => Terra - 28/07/2014
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