"Empresa estima que consumo do Usibor no País passará de mil a 100 mil toneladas"
A ArcelorMittal ainda nem começou a fabricar no Brasil o Usibor, aço de alta resistência desenvolvido para a indústria automobilística - o que está previsto para o primeiro trimestre de 2015 na unidade de São Francisco do Sul (SC), que recebeu investimento de US$ 15 milhões
, e já tem tido aumento expressivo da demanda do material no País. Em 2011, quando a empresa passou a importá-lo da Europa, foram trazidas mil toneladas. Este ano, a previsão é de 12 a 13 mil toneladas. A partir de 2016, deverão ser fabricadas por aqui 100 mil toneladas do Usibor por ano.
André Munari, gerente geral de vendas para o mercado automotivo da ArcelorMittal Tubarão, explica que a demanda tem crescido ao passo que as plataformas de veículos vem sendo substituídas para atender requisitos globais e também ao Inovar-Auto, regime que estipula metas para as montadoras desenvolverem veículos mais leves e seguros.
Marcelo Federici, especialista em desenvolvimento de projeto automotivo da ArcelorMittal, conta que todas as montadoras instaladas no Brasil tem demonstrado interesse em utilizar o Usibor, principalmente nas partes críticas da carroceria. “As empresas que ainda não decidiram pelo material no Brasil já o utilizam na Europa e nos Estados Unidos e, em questão de tempo, vão passar a usá-lo aqui”, completa Munari.
As quatro maiores montadoras no mercado brasileiro (GM, Fiat, Ford e Volkswagen), segundo Federici, já têm projetos com o aço de alta resistência. Duas empresas de autopeças instaladas no País também já são clientes. E outras estão em negociação. O Ford Ecosport e o Volkswagen Up! são exemplos de veículos disponíveis no mercado que foram concebidos com o Usibor e avaliados com nota máxima em crash test do Latin NCAP em 2013.
O Usibor faz parte do conjunto de soluções desenvolvidas pela ArcelorMittal, denominado S-in Motion, que permite às montadoras reduzir em até 20% do peso do veículo, além de diminuir em cerca de 15% as emissões de CO₂ durante a produção e vida útil do veículo. A ArcelorMittal prevê um aumento dos atuais 6% para 25% de utilização de aços de alta resistência nos veículos brasileiros até 2025, acompanhando a tendência da indústria automotiva global.
Durante o 69º congresso anual da ABM (Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração), realizado na quarta-feira, 23, o indiano Debanshu Bhattacharya, diretor global de pesquisa e desenvolvimento da ArcelorMittal, reconheceu que a demanda por aços de alta resistência no Brasil poderia ser ainda maior se a “cultura preço” ainda não tivesse tanto peso no País.
Marco Colosio, diretor de atividades estudantis e associações da SAE Brasil e gerente técnico de engenharia de produto da General Motors, participou do mesmo evento e confirmou que o preço muitas vezes impede as mudanças. “Não adianta pegar uma peça projetada em aço convencional e querer adaptá-la para o de alta resistência ou ao alumínio. O custo de adaptação vai ser muito alto”. O executivo acredita que a maior dificuldade está na falta de integração entre fornecedores de alumínio, cadeia de sistemistas e montadoras para desenvolvimento dos projetos. “As tecnologias são recentes e não temos ainda a integração necessária”, declarou.
Para ganhar participação, a ArcelorMittal tem procurado atuar na concepção do veículo, cerca de cinco anos antes de ser lançado. Bhattacharya explicou que ao participar desde o início do projeto, em parceria com montadora e sistemistas, é mais fácil viabilizar o uso do aço de alta resistência. “Comprova-se para a montadora, estudando peça a peça, que a adoção do aço resistente sai mais barato no conjunto veicular e pelas vantagens que ele entrega.” A siderúrgica tem proposto a otimização e melhoria de mais de 40 peças veiculares.
A aposta da Arcelor no Brasil não se restringe ao Usibor. O diretor global de P&D comentou que a empresa de origem indiana, que já fornece vários aços avançados, está desenvolvendo mundialmente novos tipos de alta resistência, além do revestido de alumínio-silício.
“A indústria ainda usa bastantes aços de primeira geração (monofásicos), mas estamos muito próximos do avanço dos PHS e polifásicos e dos aços de terceira geração, que têm ainda maior alongamento, estabilidade, força e durabilidade e são os que mais crescem na Europa. Vamos adicionar estas novidades no portfólio da ArcelorMittal Brasil. Estamos trabalhando agressivamente para isso”, prometeu Bhattacharya sem revelar detalhes de novos investimentos.
Camila Franco
Extraído => Automotive Business 25/07/2014
A ArcelorMittal ainda nem começou a fabricar no Brasil o Usibor, aço de alta resistência desenvolvido para a indústria automobilística - o que está previsto para o primeiro trimestre de 2015 na unidade de São Francisco do Sul (SC), que recebeu investimento de US$ 15 milhões
, e já tem tido aumento expressivo da demanda do material no País. Em 2011, quando a empresa passou a importá-lo da Europa, foram trazidas mil toneladas. Este ano, a previsão é de 12 a 13 mil toneladas. A partir de 2016, deverão ser fabricadas por aqui 100 mil toneladas do Usibor por ano.
André Munari, gerente geral de vendas para o mercado automotivo da ArcelorMittal Tubarão, explica que a demanda tem crescido ao passo que as plataformas de veículos vem sendo substituídas para atender requisitos globais e também ao Inovar-Auto, regime que estipula metas para as montadoras desenvolverem veículos mais leves e seguros.
Marcelo Federici, especialista em desenvolvimento de projeto automotivo da ArcelorMittal, conta que todas as montadoras instaladas no Brasil tem demonstrado interesse em utilizar o Usibor, principalmente nas partes críticas da carroceria. “As empresas que ainda não decidiram pelo material no Brasil já o utilizam na Europa e nos Estados Unidos e, em questão de tempo, vão passar a usá-lo aqui”, completa Munari.
As quatro maiores montadoras no mercado brasileiro (GM, Fiat, Ford e Volkswagen), segundo Federici, já têm projetos com o aço de alta resistência. Duas empresas de autopeças instaladas no País também já são clientes. E outras estão em negociação. O Ford Ecosport e o Volkswagen Up! são exemplos de veículos disponíveis no mercado que foram concebidos com o Usibor e avaliados com nota máxima em crash test do Latin NCAP em 2013.
O Usibor faz parte do conjunto de soluções desenvolvidas pela ArcelorMittal, denominado S-in Motion, que permite às montadoras reduzir em até 20% do peso do veículo, além de diminuir em cerca de 15% as emissões de CO₂ durante a produção e vida útil do veículo. A ArcelorMittal prevê um aumento dos atuais 6% para 25% de utilização de aços de alta resistência nos veículos brasileiros até 2025, acompanhando a tendência da indústria automotiva global.
Durante o 69º congresso anual da ABM (Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração), realizado na quarta-feira, 23, o indiano Debanshu Bhattacharya, diretor global de pesquisa e desenvolvimento da ArcelorMittal, reconheceu que a demanda por aços de alta resistência no Brasil poderia ser ainda maior se a “cultura preço” ainda não tivesse tanto peso no País.
Marco Colosio, diretor de atividades estudantis e associações da SAE Brasil e gerente técnico de engenharia de produto da General Motors, participou do mesmo evento e confirmou que o preço muitas vezes impede as mudanças. “Não adianta pegar uma peça projetada em aço convencional e querer adaptá-la para o de alta resistência ou ao alumínio. O custo de adaptação vai ser muito alto”. O executivo acredita que a maior dificuldade está na falta de integração entre fornecedores de alumínio, cadeia de sistemistas e montadoras para desenvolvimento dos projetos. “As tecnologias são recentes e não temos ainda a integração necessária”, declarou.
Para ganhar participação, a ArcelorMittal tem procurado atuar na concepção do veículo, cerca de cinco anos antes de ser lançado. Bhattacharya explicou que ao participar desde o início do projeto, em parceria com montadora e sistemistas, é mais fácil viabilizar o uso do aço de alta resistência. “Comprova-se para a montadora, estudando peça a peça, que a adoção do aço resistente sai mais barato no conjunto veicular e pelas vantagens que ele entrega.” A siderúrgica tem proposto a otimização e melhoria de mais de 40 peças veiculares.
A aposta da Arcelor no Brasil não se restringe ao Usibor. O diretor global de P&D comentou que a empresa de origem indiana, que já fornece vários aços avançados, está desenvolvendo mundialmente novos tipos de alta resistência, além do revestido de alumínio-silício.
“A indústria ainda usa bastantes aços de primeira geração (monofásicos), mas estamos muito próximos do avanço dos PHS e polifásicos e dos aços de terceira geração, que têm ainda maior alongamento, estabilidade, força e durabilidade e são os que mais crescem na Europa. Vamos adicionar estas novidades no portfólio da ArcelorMittal Brasil. Estamos trabalhando agressivamente para isso”, prometeu Bhattacharya sem revelar detalhes de novos investimentos.
Camila Franco
Extraído => Automotive Business 25/07/2014
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